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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Desabafo de um fã sobre o futuro de King of Fighters

Há algumas semanas, eu vi uma matéria no site GameTV sobre o lançamento da versão para consoles de The King of Fighters XIII, jogo da SNK Playmore que originalmente saiu ano passado para arcade no Japão. Na seguinte matéria, que pode ser conferida na íntegra aqui, é expressado o apreço dos fãs que buscam a recuperação da produtora japonesa para que ela continue a lançar jogos da série e estes, quem sabe, mostrem um nível de qualidade, técnica e gráfica, ao qual os jogadores estão acostumados. Lendo isso, eu pensei comigo mesmo: isto ainda vale a pena?


Vou salientar aqui que não sou um fã ou jogador hardcore de KOF, mas acompanho a série e outros trabalhos da SNK desde os seus primórdios, e como a premissa deste post é a minha crítica pessoal sobre o futuro da série King of Fighters e de outros games da SNK Playmore, acredito que o que vou citar não vá ofender ou julgar alguém que porventura leia isto. Mas, se este for o caso, fique a vontade para deixar seu comentário que eu ficarei muito feliz em lê-lo.

King of Fighters sempre foi uma de minhas séries favoritas em jogos de luta, desde que joguei a versão '95 num arcade perto do meu colégio. O consagrado sistema de luta de times de 3 personagens onde o vencedor de um round recupera um pouco da energia para a próxima batalha me recordava bons momentos do Torneio das Trevas de YuYu Hakusho, e auxiliou no pronto reconhecimento da série. Isso, aliado a uma boa velocidade e jogabilidade que fazia os gamers mais obcecados praticarem arduamente os inúmeros combos de cada personagem, tudo regado com um boa trilha sonora, gráficos competentes, personagens carismáticos e famosos entre os fãs e roteiros bem intrincados, isso me fazia considerar KOF uma série que sempre colocaria como exemplo de bons jogos de luta. Bem, pelo menos, foi assim nos bons tempos da série...

Vendo a situação atual, e me baseando nos últimos jogos da série, vejo o total desrespeito da SNK Playmore com o seu consumidor final. Tudo começou coincidentemente com o começo da Saga Ash Crimson. A mudança no esquema de jogabilidade, em que se pode trocar de personagens no meio da luta, é claramente um plágio da jogabilidade de Marvel Vs Capcom que não agradou os fãs, que preferem o estilo "old-school" comum das versões mais antigas. Isso foi confirmado no '2002, que deixou de usar times de quatro lutadores com sistema de "Strikers" e voltou ao bons e velhos times de 3 personagens. Além disso, os gráficos e designs dos personagens mereciam ser renovados, pois alguns ainda mantinham os mesmos frames há pelos menos 5 versões. Ainda assim, estes dois não foram casos perdidos... O ruim ficou com KOF XII!

Com a chegada da nova geração de consoles e a busca por definições maiores de imagem, a SNK prometeu aos fãs sprites dos personagens refeitos do zero, gráficos rodando em alta resolução, sistema de combate voltando ao velho método tag-team 1x1 com jogabilidade clássica, artes dos personagens tanto nas animações do jogo quanto nas cenas cinemáticas e telas de seleção com o mesmo character design... enfim, um mar sem fundo de promessas que animaram quem esperava um retorno glorioso do rei dos lutadores. Mas tudo o que se viu foi um jogo incompleto, sem storyline e com times montados de forma aleatória, rodando em uma definição ridícula para os padrões atuais, tendo apenas agradado em relação a sua jogabilidade, um mix de Street Fighter III, Garou e KOF '94. Via-se claramente que esta versão foi lançada incompleta, praticamente uma versão beta! Para completar a má sorte da versão, o fato de competir com o lançamento de Street Fighter IV e Blazblue no mesmo ano só trouxe mais críticas negativas ao jogo, provando ainda mais a queda de qualidade da SNK.

"Corrigindo os erros" da edição passada, KOF XIII trouxe mais lutadores para completar as vagas ausentes e mudanças na mecânica de combate para equilibrar mais o jogo. Uma delas, para mim, é claramente um plágio ao Ex Mode dos golpes de SF IV, mas como já se diz, "Nada se cria, tudo se copia", então, sendo pra melhorar o jogo, está valendo. E ainda assim, com o jogo prometido para outubro para XBOX 360 e PS3, tendo esperado pela Capcom lançar o Arcade Edition de SSF IV para não competir, eu não consigo me animar com o lançamento do game. 

Primeiro de tudo: o layout dos personagens está completamente estranho! Enquanto personagens como Ralf, Clark e Terry parecem ter se dopado a níveis cavalares, Joe Higashi e as garotas estão com corpos completamente anoréxicos, sem contar Athena, que parece ter 10 anos! A pose de luta de Takuma é completamente sem sentido, todo torto! Sem contar o reboot do estilo de vestimentas de alguns personagens e a estréia de outros na franquia! Que sentido tem trazer a jaqueta e boné que Terry usava em Fatal Fury se os fãs já estão acostumados com seu visual do Garou: Mark of the Wolves? E por que cargas d'água Kim faria uma parceria com Raiden e Hwa Jai, sendo que este último só apareceu no primeiro Fatal Fury e desde então sumiu do universo SNK?! A impressão que passa é de que a SNK Playmore planejava um reboot para a série Fatal Fury, mas acabou engavetando a ideia e preferiu reaproveitar os sprites não-utilizados em outra franquia que possui mais apelo comercial. Os efeitos do game também deixam a desejar: lembram fogos de artifício, ofuscam demais a tela, além de serem muito coloridos e artificiais. Fora isso, os especiais intitulados NEO MAX, que entram no lugar dos LDMs das versões '2003 e XI, são movimentos tão simples e sem impacto em alguns casos que poderiam passar batido, não tem nenhum impacto visual; concorrer contra os Ultra Moves cinemáticos e SF IV fica impossível assim... Isso sem contar o chefe final RIDÍCULO! E olha que KOF é uma franquia conhecida por seus chefes poderosos e cheios de estilo, como por exemplo Omega Rugal, Goenitz, Krizalid e Igniz. 

Para completar, a inclusão de Billy Kane, vindo também com seu estilo do primeiro Fatal Fury, como DLC é indiferente ao jogo em si. No caso de XII, vieram Mature e Elisabeth Branctorche, e convenhamos: eu prefiro gastar meu dinheiro baixando duas gatas que tem bem mais a oferecer em questão ao balanço de forças no jogo do que baixar um marmanjo usando macação que fala fino e que apela direto com a p**** de um bastão! E essa vai pra SNK: se vocês podem trazer de volta Hwa Jai, sendo que já tem o Joe Higashi como lutador de Muay Thai, por que não resgatar o Richard Meyer, que é brasileiro (apesar do nome) e o primeiro lutador de Capoeira em jogos de videogame!

Apesar da minha opinião negativa sobre este jogo, eu não me surpreendo nem um pouco. A SNK, de uns tempos pra cá, decaiu totalmente em questão da qualidade de jogos, se prendendo a manter suas franquias estáticas, como foi o caso de Metal Slug, ou em criar aberrações como o recente Samurai Shodown Sen para X360 e PS3 (sou fã confesso de Samurai Shodown e até agora não engoli esta versão vergonhosa...); além disso, o costume de esquecer totalmente franquias que não estão mal, como Garou (que sempre considerei o melhor Fatal Fury já lançado, apesar da ideia batida de mostrar um novo protagoniosta ser chupada de SF III) e Last Blade (a qual abriu mão totalmente após o segundo jogo) só faz a SNK cair ainda mais no desgosto popular. 

Ter uma nação de fãs não quer dizer que você pode lançar qualquer bagaça com o nome de seu produto que eles irão cair em cima feito patinhos, mas sim que se deve tomar um maior cuidado e esmero no que for fazer para agradá-los! Se liga, SNK, senão uma dia você vai deixar um bocado de fãs orfãos! E eu serei um deles!!!

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